top of page
FIDÍPEDES
O mensageiro ateniense
A corrida de longa distância conhecida como Maratona, é uma disputa competitiva do Atletismo, realizada na distância oficial de 42,195 km, percorrendo, geralmente, as ruas das cidades. Interessante observar que a Maratona é a única disputa esportiva, cuja origem, remonta a uma lenda. E foi exatamente para celebrar essa lenda, que a corrida de Maratona foi instituída no calendário dos Jogos Olímpicos desde a sua primeira edição da Era Moderna, em 1886, em Atenas, na Grécia. E qual a lenda que está por detrás da Maratona?
Teria sido no ano de 490 a.C. que, durante a guerra entre atenienses e persas, esses últimos haviam prometido que, após vencerem a batalha, marchariam sobre Atenas e violariam a honra das esposas dos soldados atenienses e assassinariam seus filhos. Essa batalha ocorreu na planície de Maratona, e o objetivo de Dario I, rei dos persas, era invadir a Grécia definitivamente, começando por Atenas. Com um contingente de mais de 25 mil soldados, os persas eram superiores não apenas em número, mas, também, em variedade de armas e dispositivos bélicos. Os atenienses concorriam ao bárbaro espetáculo com, aproximadamente, apenas 10 mil soldados, colocando todas as suas esperanças em estratégias de guerra mais inteligentes e eficazes do que a força bruta e numerosa dos persas.
Temerosos das ameaças perversas dos persas em relação aos seus familiares, os atenienses ordenaram às suas esposas que, caso não recebessem notícias sobre a vitória grega que, então, matassem seus filhos e se suicidassem, como um modo de salvaguardar a honra e a dignidade. E os gregos, de fato, venceram os persas. Porém, a batalha teria levado mais tempo para finalizar do que o esperado. Foi, então, que o comandante grego Milcíades deu ordem ao seu melhor mensageiro, o soldado Fidípedes, que corresse até Atenas para levar a notícia da vitória, antes que as esposas realizassem o funesto combinado.
Do local da batalha, a planície de Maratona, até Atenas, a distância era de 40 km. E Fidípedes teria corrida como nunca, ligeiro, com “asas” nos pés, no extenso e desgastante percurso e, ao chegar, exausto, combalido, sem forças e sem fôlego, teria apenas anunciado “Nike”. Dito isso, tombou morto. Heroicamente, morto. Nike, “vencemos”! Essa teria sido a primeira épica maratona. Mesmo após 2500 anos passados, o feito de Fidípedes permanece vivo na imaginação de todos os corredores.
Mas isso teria sido apenas uma versão romantizada do que, de fato, ocorreu. Segundo Heródoto, o historiador grego mais relevante, considerado o “pai da História”, a corrida até Atenas teria sido apenas a última missão de Fidípedes na Batalha de Maratona. Anteriormente, ele teria sido enviado à Esparta e outras cidades gregas, em busca do auxílio militar necessário para os gregos vencerem os persas. Um esforço sobre-humano de Fidípedes que, em apenas dois dias, entre buscar reforços e anunciar a vitória em Atenas, percorrera algo em torno de 240 km. Lenda ou não, Fidípedes é digno da nossa reverência.
Assim é Fidípedes, feliz para sempre, o nobre homem forte.
Que poderia correr como um deus, ter o rosto de um deus, a quem um deus tanta amava.
Ele viu a terra salva que ele havia ajudado a salvar, e sofreu para contar as boas-novas, nunca desistindo, mas gloriosamente seguindo adiante.
“Atenas está salva!” – Fidípedes morre ao final do brado heroico de sua eterna corrida.
Pheiddipedes, de Robert Browning, Séc. XIX (estrofe final do poema, em tradução livre).
Morte de Pheiddipedes na Batalha de Maratona. Bettmann/CORBIS. ID:RF573.
bottom of page