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Foto do escritorVanice Jeronymo

O MEDO, A VIDA E O YOGA



Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo.

Olha para trás, para toda a jornada, os cumes, as montanhas,

o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos

povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar

nele nada mais é do que desaparecer para sempre.

Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar.

Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você

pode apenas ir em frente.

O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.

E somente quando ele entra no oceano é que o medo

desaparece.

Porque apenas então o rio saberá que não se trata de

desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.

Por um lado é desaparecimento e por outro lado é

renascimento.

Assim somos nós.

Só podemos ir em frente e arriscar.

Coragem! Avance firme e torne-se Oceano!

(OSHO)


O que é medo?

O medo é um estado emocional que se dá em resposta de algo que se compreende como perigoso. Emerge como um alerta à alguma ameaça e provoca reações específicas que caracterizam esse estado. Os medos podem surgir de situações diversas e podem ser desencadeados por ameaças reais ou imaginárias.


Entre as alterações físicas que ocorrem em estado de medo estão os olhares arregalados, os batimentos cardíacos e as respirações aceleradas. Nesse estado, o corpo está atento, alerta e pronto para enfrentar a ameaça ou dela fugir. Entretanto, podem também paralisar e impedir que a vida siga para um lado ou para outro. Os níveis de medo que acometem o indivíduo podem ir de leves à profundos, de passageiros à crônicos, de sustos às patologias.


A identificação do que causa medo é importante para que o caminho continue a ser trilhado em alguma direção. Nessa jornada, buscam-se, geralmente, apoios médicos e psicológicos que irão ajudar nos enfrentamentos dos problemas que geram o desconforto. Em tal processo, o Yoga pode ser um aliado ao promover o autoconhecimento e ajudar no caminho para lidar com as sensações e seus exercícios respiratórios constituem um bom começo.


No Yoga, a respiração é o suporte dos Ásanas, e é durante a alternância entre os movimentos de inspirar, reter o ar e expirar, que produz-se equilíbrio. A respiração, para o Yoga, vai além do processo biológico no qual se dá o intercâmbio gasoso nos alvéolos pulmonares, o aumento da pressão de tórax e abdome, a condução do fluxo sanguíneo para as regiões do corpo. Sua maior importância, no Yoga, é a produção de Prana, a energia vital, que se faz por meio dos Pranayamas.


Quando o praticante consegue atingir um ritmo entre corpo e respiração, ele obtém benefícios em sua saúde física e mental, porque assim, ele apresenta um maior nível de equilíbrio de Prana. Durante os exercícios, consideram-se 3 elementos importantes: o espaço, o tempo e o número.


O espaço é o reconhecimento do local por onde a respiração passará, ou seja, o espaço físico, o corpo que receberá o ar e executará o movimento durante sua passagem pelo tórax e parede abdominal. O espaço é determinado também pela atenção mantida sobre os movimentos corporais, sem esforços excessivos.


O tempo considera a duração da inspiração e da expiração, a retenção dos pulmões cheios ou vazios e o trabalho no sentido de alongar os ciclos respiratórios, mantendo-se um certo ritmo.


O número corresponde à quantidade de movimentos que se executa durante a respiração.


Indica-se iniciar esse processo com ásanas de fáceis execuções. É possível, por exemplo, começar sentados em uma cadeira e apenas observar os movimentos naturais do corpo durante cada etapa da respiração. Os ritmos podem começar a ser alterados e também observados. Por exemplo: Inspira-se em 4 tempos; retém-se o ar nos pulmões por 2 tempos; expira-se em 4 tempos e mantém-se os pulmões sem ar por 2 tempos. Repete-se o processo por mais algumas vezes e depois, retoma-se a respiração normal.


Este é apenas um exemplo de como começar a observar a própria respiração, o controle sobre ela, as sensações despertadas. É uma forma de conduzir a atenção para o interior, e focar, por algum tempo, na tranquilização e no bem-estar, contribuindo, inclusive, com o afastamento dos desconfortos gerados por sensações nocivas produzidas pelos medos e ansiedades. Não há restrições quanto à idade, tipo ou condição física para praticar Pranaymas. É importante, apenas, não exceder o limite respiratório de cada um, pois isso, acontecerá naturalmente, com o tempo e com a prática.


Pratique Yoga, desperte e avance!


Om Shanti.



Referências


FERNANDES, N. Yoga Terapia. O caminho da saúde física e mental. Editora Ground. São Paulo: 1994.






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