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Foto do escritorMarcelo Augusti

O YOGA, PATANJALI E OS SUTRAS







Yogena cittasya padena vacam

Para purificar a mente, despertar a consciência, para que nossas palavras sejam claras e puras, ele nos deu a ciência do yoga



A prática do yoga é tão antiga quanto a existência dos seres humanos na Terra. Porque yoga significa a comunhão com o Divino, e todos os seres humanos, consciente ou inconscientemente, anseiam por essa comunhão, ainda que a maioria o faça por vias tortuosas.


Conforme a tradição, coube a Shiva, o Auspicioso, a criação do yoga, por meio de sua dança cósmica (tandava nritya). Ele teria transmitido seus ensinamentos, primeiramente, à sua esposa, Parvati. Posteriormente, Shiva teria ensinado sete sábios hindus, os Saptarishis que, depois, disseminaram os ensinamentos do yoga para o mundo.


Mas teria sido Patanjali aquele que compilou todos os ensinamentos, organizando-os, sistematicamente, no que é denominado de Yoga Sutras. É na obra de Patanjali que se encontra a essência da prática do yoga, sua meta e como alcançá-la.


A obra de Patanjali, além do mais, constitui-se em uma das seis darshanas (escolas filosóficas que explicam o sentido da existência e a compreensão da vida, do universo, da criação). A palavra darshana, mais do que filosofia, significa visão, pois a Realidade não é apenas para ser pensada, porém, e principalmente, para ser vista.


Visão, nesse sentido, significa que, por meio da experiência direta, alcançamos o conhecimento da Realidade, tal qual ela é, não como a protejamos. É pelo yoga que encontramos os meios para a experiência direta. Yoga, no contexto dos darshanas, é o conjunto de práticas (meio e métodos) para se alcançar a compreensão da Realidade.


Entretanto, a existência de Patanjali é cercada de mistérios. Teria sido ele um ser humano, como qualquer um de nós, ou uma encarnação divina? Afirma-se que Patanjali teria vivido entre 200 a.C. a 400 d.C.) e que os Sutras foram escritos por volta de 150 d.C. Se Shiva é o criador do yoga, Patanjali patentou a criação.


O yoga se encontra envolto no misticismo, ou seja, na possibilidade de que o ser humano pode se comunicar com a divindade. Pois se o deus Shiva criou o yoga, dançando no universo, e depois ensinou os humanos, sobre a origem de Patanjali também há algo místico.


Teria sido Patanjali a encarnação divina de Ananta, a serpente que simboliza a sabedoria e o infinito. Ananta é Adishesha, isto é, o Senhor das Serpentes. Adishesha, a serpente de mil cabeças, maravilhada com a dança de Shiva, ansiou por aprender aqueles movimentos de vibrações tão graciosas.


Também ansioso por compartilhar de sua sabedoria com os seres humanos, Adishesha, meditou para encontrar alguém de coração puro para ser a sua mãe terrena. Então ele visualizou Gonika, uma ioguina que desejava um filho digno a quem transmitir seus conhecimentos e ensinamentos.


Gonika era uma devota de Visnhu, aquele que sustenta o universo, que traz ordem ao caos e, aguardava por uma resposta do deus supremo. Em certa ocasião, enquanto meditava, com as mãos juntas voltadas para o alto, com um punhado de água oferecendo a Vishnu, Gonika recebeu a graça que tanto ansiava.


Entre as palmas de suas mãos caiu algo do céu. Ela viu uma pequena serpente se movendo que, logo, tomou a meia forma de um bebê. Assim nasceu Patanjali ou “aquele que caiu do céu durante uma oferenda” (pat “cair” e anjali “o gesto” das mãos de Gonika). Patanjali é representado com a parte superior de um homem e a parte inferior com a cauda de uma cobra.


O Yoga Sutras é direcionado para todos aqueles que buscam a evolução espiritual. O controle da mente, a paz interior e a comunhão com o Ser Supremo é a meta da obra de Patanjali. O Yogadarshana, isto é, a visão da Realidade por meio da comunhão com o Divino, é a obra clássica do yoga que todo praticante deve ler, estudar, refletir e praticar.



yo'pãkarottam pravaram munĩnãm

Deixe-me estar próximo àquele que tem nos ensinado essas coisas





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