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Foto do escritorMarcelo Augusti

SAMYAMA: A ESSÊNCIA DO YOGA

Atualizado: 5 de abr. de 2023






Se você quiser encontrar realmente aquilo que é – a existência, a verdade – precisa se tornar vazio, silencioso, nu. Toda a roupagem dos conceitos deverá ser despida. Todos os invólucros dos pensamentos deverão ser removidos. Só quem permanece silencioso, livre de pensamentos, consegue experimentar a verdade – a verdade eterna, imutável, constante (Osho)




No Yoga Sutras, Patanjali apresenta oito estágios (ashtanga) para que o praticante alcance a meta do yoga, qual seja, a união da alma individual com o Ser Universal. Os quatro primeiros estágios (angas) se referem às práticas (sadhanas) denominadas de yoga externo (Bahiranga yoga).


O primeiro e o segundo estágios dizem respeito as bases éticas e morais do yoga (yamas e nyamas). Isso corresponde ao comportamento do praticante em suas relações com o mundo exterior (o que é correto fazer para o bem geral), e as suas atitudes no sentido de abster-se de algo, de modo a gerar harmonia interior (o que deve ser evitado fazer).


Os dois estágios seguintes se referem ao domínio do corpo (asanas) e o controle da respiração (pranayamas). Dominar o corpo e controlar a respiração são processos fundamentais para aquietar a mente, dissipando as tensões não apenas físicas, mas também as emocionais.


O quinto estágio (pratyahara), é considerado como intermediário entre os aspectos externos do yoga (yamas, nyamas, asanas e pranayamas) e suas práticas internas (Antaranga yoga). Esse estágio é alcançado quando o corpo se mantém quieto, e a mente, silenciosa.


Pratyahara é a chave que fecha a porta para as percepções do mundo exterior e abre a porta para as percepções sutis do mundo interior. Podemos dizer que nesse estágio, o praticante aprende a abstrair-se das demandas do corpo e da mente, para conduzir sua consciência para algo mais além.


A partir desse nível, os três estágios seguintes são considerados como a essência do yoga ou o próprio yoga. Esses estágios correspondem à concentração (dharana), contemplação (dhyana) e comunhão (samadhi). É o conjunto desses três estágios, que se denomina Samyāma, e que leva o praticante ao estado meditativo.


O estado meditativo é o nível mais elevado que o praticante alcança no yoga. Para se alcançar esse nível, os três estágios atuam em conjunto, de modo sucessivo e complementar: para haver comunhão, o praticante deve estar apto a contemplar; para contemplar, tem que estar concentrado.


Assim, quando o praticante é capaz de sustentar a sua concentração (dharana) no objeto de sua atenção, estando no total controle das inquietações do corpo e da mente (pratyahara), então, ele está apto a contemplar totalmente o objeto (dhyana) e, nesse contato direto, sua consciência se une ao objeto, tornando-se um com ele (samadhi).


Em samyāma não há pensamentos ou percepções sensoriais externas, apenas o fluir da consciência em conexão direta com o objeto de meditação. O objeto de meditação no yoga é Íshvara, ou seja, a consciência suprema que a tudo permeia. No estágio final (samadhi), em comunhão com Íshvara, tudo é serenidade e plenitude, pois a Realidade se revela tal qual ela é, ou seja, paz, amor e felicidade.


A verdade dessa Realidade revelada, afirma que a alma individual é idêntica ao Ser Universal. Apego e aversão, que é o que todos nós estamos sujeitos enquanto aprisionados na ignorância (avidya), se dissipam; a ilusão do sofrimento se esvai, e emerge, assim, a percepção direta (pratiaksha) da realidade, que nos permite a compreensão correta de nossa natureza divina.


Estude e pratique yoga e veja por si mesmo!


Hari Om Tat Sat.


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