A palavra Trikonasana tem seu significado atrelado à postura dos três ângulos, do triângulo: tri = três, kona=ângulo, asana=postura. Utthita significa estendido, elevado, estirado.
Esta é uma postura que se apresenta de duas maneiras: sem torção, como se observa na imagem acima e com torção, conforme abaixo. Quando executada da primeira forma, recebe o nome de Utthita Pârshva Trikonasana e se executada com a torção, a postura é denominada Utthita Parivritti Trikonasana.
Utthita Pârshva Trikonasana
O praticante deve estar posicionado em pé, com os pés afastados cerca de 4 ou 5 palmos um do outro, um apontado para frente e o outro para a lateral para onde o corpo irá descer. Braços mantidos elevados, abertos e estendidos à altura do ombro, sem que neles se deposite força. Faz-se uma inspiração e, soltando o ar, inicia-se a flexão lateral do corpo até que a mão encontre o chão, enquanto o outro braço se mantém elevado com a mão apontada para cima. A cabeça deve ser rotacionada de forma que o olhar esteja voltado para a mão que está no alto.
Utthita Parivritti Trikonasana
Praticante do movimento com torção
A execução do movimento com torção, é um pouco mais exigente em termos físicos. É feita a inspiração, a torção e a flexão lateral do corpo, até uma das mãos encostar no chão, pela parte externa do tornozelo oposto a ela. O outro braço é mantido elevado, o quanto mais for possível, de maneira que se tente obter o alinhamento vertical entre os dois braços. Expira-se o ar, e assim como na postura anterior, a cabeça é rotacionada o quanto mais for possível para que o olhar consiga focar a mão que está no alto.
Em ambas as posturas, os joelhos devem ser mantidos estendidos, a planta dos pés bem apoiadas sobre o chão, braços e cabeça sem tensão. O retorno à posição inicial deve ser feito de forma tranquila, com nova inspiração até que se chegue à posição de origem.
Nessa postura haverá o trabalho de flexão lateral e rotação do tronco. A rotação se dará também no pescoço e cabeça para conduzir o olhar para cima. Haverá abdução da escápula abdução e rotação lateral do ombro, flexão e abdução do quadril, extensão do joelho, flexão plantar leve do tornozelo e toda a musculatura envolvida.
Os efeitos terapêuticos serão sentidos pela melhora da respiração devido à abertura torácica; sobre o fígado e intestino devido à compressão e descompressão que se faz sobre os órgãos. É uma postura que previne algumas deformações da coluna como lordose, escoliose e cifose e é considerada calmante para o sistema nervoso e para o digestivo. É recomendada para os casos de taquicardia e hipertensão. Em termos psicológicos, é considerada uma postura estimulante que acentua a autoconfiança.
Indica-se sua repetição entre 5 e 10 vezes, mantendo-se a consciência no equilíbrio corporal, no alongamento das laterais do tronco e na sincronização entre movimento e respiração. Uma possibilidade é fazer várias execuções da postura rapidamente, sem elevar o tronco para a posição inicial e deixando a respiração livre, aumentando gradativamente o número de execuções.
Após algum tempo de prática das variações, serão percebidas melhoras na flexibilidade e no alongamento, e estes se tornarão cada vez mais fáceis e confortáveis. Sem que haja esforço, é possível intercalar as variações em uma sequência combinada. É importante que em cada prática sejam respeitados os limites físicos de cada praticante, assim como seja mantida a consciência sobre o movimento, a respiração e o olhar.
A prática constante fará com que o praticante o execute de maneira natural e plena. Pratique!
* Não é indicada para casos nos quais exista lordose e escoliose acentuadas, hérnia de disco, problemas articulares como artrose e artrite.
Om Shanti
Praticante do movimento sem torção
Referências
SARASWATI, Swami Satyananda. Asana, Pranayama, Mudra, Bandha. Bihar School of Yoga, 2020.
FERNANDES, Nilda. Yoga Terapia. O Caminho da Saúde Física e Mental. , São Paulo, Editora Ground, 1994.
Agradecemos pela participação de nossa aluna na execução do asana!