Como vimos no post O CAMINHO ÓTCUPLO DO YOGA, os Yamas e os Nyamas configuram os dois primeiros passos do yogi (praticante de yoga) na trilha rumo ao Samadhi, ou seja, em direção à vida em comunhão com a Natureza e com o Universo.
Os Yamas e os Nyamas são as normas de convivência e de conduta que os praticantes procuram seguir para que se estabeleça a harmonia entre eles e o ambiente a sua volta e para que consigam atingir níveis elevados de desenvolvimento pessoal.
Yamas, portanto, são as formas adotadas pelo yogi de se relacionar com o mundo e com a sociedade, em consonância com o respeito e o equilíbrio entre todos.
Os Nyamas são os comportamentos, condutas, disciplinas, recomendações, adotados pelos praticantes de yoga em busca de seu próprio aperfeiçoamento físico e espiritual.
Ambos, Yamas e Nyamas, estão comprometidos com uma vida mais íntegra. Estão ajustados para favorecer as relações entre o yogi e seu mundo interior (a espiritualidade); e também entre ele e tudo que com ele se relacionar no mundo exterior (a materialidade). Essa integração espírito e matéria, alma e corpo, é uma das perfeições que se busca com o yoga.
Ainda que pareça, inicialmente, difícil colocar em prática os Yamas e Nyamas, é possível fazê-lo. A cada dia podemos incorporar um pouco de cada um deles em nosso cotidiano. Isso nos demandará engajamento, responsabilidade, participação, envolvimento. Porque yoga é isso: uma consagração diária de nossa vida em direção a uma consciência mais elevada.
Dedicados a essa tarefa, em pouco tempo começaremos a perceber um novo mundo que se descortina para nós, devido às nossas novas formas de ver a vida, encarar seus desafios e perceber suas recompensas!
É certo que estamos imersos em ambientes regidos por normas próprias, na maioria das vezes, inflexíveis, mas, o primeiro passo é dado quando iniciamos a reflexão sobre o que somos, qual a nossa verdadeira essência, do que trata nossa existência e o que é viver em plenitude enquanto seres humanos.
Se vivemos, por exemplo, apenas em função das metas estabelecidas em nossos trabalhos, das cobranças advindas da sociedade a qual pertencemos ou das dificuldades para cumprirmos com os compromissos financeiros, cabe uma reflexão sobre o que estamos de fato fazendo aqui no mundo. Conhecer a nós mesmos e procurar formas verdadeiras de vivenciar o que somos, de modo equilibrado e harmonioso com os outros seres com os quais compartilhamos a jornada terrena, talvez seja nosso maior desafio!
Assim, os cinco Yamas e cinco Nyamas que compõem os passos iniciais do Yoga Clássico atuam no sentido de orientar o yogi em suas escolhas, caminhos, opções, etc. São suportes ofertados pelos conhecimentos e ensinamentos do yoga para que seus praticantes efetuem ações mais conscientes e justas, trilhem caminhos mais seguros por veredas sólidas e também consigam atingir níveis mais satisfatórios de aprimoramento pessoal e espiritual. Vejamos quais são eles e, de forma bastante resumida, o que nos ensinam:
Os Yamas:
Ahimsa: é o princípio da não violência;
Satya: é o cultivo da verdade;
Asteya: trata-se da não apropriação de objetos ou ideias alheias;
Brahmácharya: atua na moderação dos sentidos;
Aparigraha: é a prática do desapego.
Os Nyamas:
Saucha: é o hábito de manter a higiene do corpo físico, energético e emocional. Inclui-se também a higiene do nosso ambiente;
Santosha: é o esforço para manter-se em estado de alegria independente das circunstâncias;
Tapas: a perseverança para melhorar a cada dia, não apenas em suas práticas, mas também como seres humanos;
Svãdhyãya: a busca pelo autoconhecimento e análise sincera sobre nós mesmos, o que somos e qual o nosso propósito;
Íshwara Pranidhana: a autoentrega, a confiança e o respeito à grandiosidade da vida e do universo.
Nas próximas semanas abordaremos cada um dos Yamas e Nyamas separadamente. O objetivo é explanar sobre tais ensinamentos em nossos contextos atuais, independente de sermos ou não yogins.
No próximo post, então, trataremos sobre Ahimsa, o primeiro Yama! Será que somos, em alguma medida, violentos? Sintam-se convidados à reflexão!
E até a próxima publicação!
Om Shanti.
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