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Foto do escritorVanice Jeronymo

YOGA, MOKSHA E OS KLESHAS

Atualizado: 8 de jul. de 2023


O yoga não muda apenas a maneira como vemos as coisas, ele transforma a pessoa que vê

S. K. Iyengar


O Yoga, como visto em posts anteriores, é compreendido como um processo de evolução da consciência individual no qual se dá a unificação com a Consciência Suprema e nos aforismos do Yoga Sutra de Patanjali, se encontram as orientações para o caminho do praticante em direção à libertação dos sofrimentos.


A libertação dos sofrimentos, está relacionada com Moksha, que de acordo com a filosofia hindu está vinculada ao encerramento dos ciclos de renascimento e morte e o estado de iluminação do ser quando este transcende tais etapas. Isso quer dizer que em tal condição se vai além do entendimento de tempo, espaço e causas, e assim, dissolve-se o ego e Moksha, portanto, se coloca como uma meta a ser atingida, quando se está no mais alto e refinado grau de iluminação possível.


Nesse contexto, Moksha quer dizer libertação e os ciclos de renascimento e morte, são Samsara. Para a libertação, o yogi busca a remoção dos kleshas, que são entendidos como os obstáculos para chegar ao topo dessa jornada. Kleshas ou os Klishta vritti são pensamentos aflitivos e dolorosos produzidos naturalmente pela mente e que estão relacionados com Maya, o estado de ilusão característico ao sofrimento. São cinco os Kleshas apontados no Yoga Sutra: Avidya, Asmita, Raga, Dvesha, Abhinivesh. Vejamos, de forma simplificada, sobre o que versa cada um.


Avidya: refere-se à ignorância do que se é em essência. Em tal estado de ignorância a faceta real da realidade da existência torna-se desconhecida devido às afetações do mundo materialista no qual se está inserido. O discernimento torna-se turvo e o ser não é capaz de identificar o que é o cerne das questões que realmente importam; o que é efêmero; quando o prazer é exatamente aquilo que nos faz sofrer e quando existe pureza na intenção ou a corrupção da mesma.

Asmita: confusão criada pelo ego, na qual nos guiamos pelos resultados positivos atingidos que nos conferem sensação de superioridade com relação aos demais. Asmita está relacionado com orgulho, pretensão, arrogância, soberba, autoconfiança exagerada e quando não encontramos o sucesso, tal qual o delineamos em tal estado, sofremos.


Raga: vinculado diretamente ao estado de satisfação, se caracteriza pela confusão que se dá entre as experiências que envolvem prazeres com a verdadeira felicidade. Raga é a compreensão de plenitude com o prazer efêmero. A plenitude encontra-se em cada um, é inerente à própria existência, quando esta é vivida verdadeiramente a cada segundo, diferentemente da sensação de prazer gerada pela satisfação de um desejo, que pode ser de feições diversas.


Dvesha: podemos compreender este Klesha como a aversão aquilo que nos remete à dor e à não conquista do que desejamos, às frustrações e até aos traumas. Pode ser interpretado como um ato de defesa àquilo que nos faz reviver sensações de dor, insatisfação, sentimentos de fracasso, entre outros.


Abhinivesh: são os temores pelo encerramento da vida e as experiências por ela proporcionadas. No Yoga, se busca a comunhão do indivíduo com o Universo e por meio dela, dessa comunhão e também da Espiritualidade, se constrói o apoio para o entendimento de que a vida é mais do que existência terrena e, portanto, não há o que temer.


As remoções de Kleshas configuram para os yogis, portanto, passos importantes rumo ao despertar e união da consciência individual limitada com a Universal que é ilimitada. São sedimentações de um caminho fundamentado no livramento das amarras que o apego emprega à vida de cada um, a partir da soltura daquilo que lhe é nocivo, mas que nem sempre se apresenta de forma clara ou perceptível.


Dessa forma, o Yoga, conduz à libertação do sofrimento, ensinando a interagir de forma consciente e sem negligências, com os sentimentos de dor e tristeza que tantas vezes nos sobrevém. Nessa conjuntura, emerge o amparo para trilhar o caminho da humildade, do amor, da serenidade e da melhor compreensão de tudo o que vai e daquilo que fica.

Om Shanti.


Cada dia vivido é uma oportunidade para aprender e crescer. Inclua Yoga em seu cotidiano e viva de forma mais leve e feliz!












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