A postura meditativa de Buda
Acervo da autora
O sentido da palavra Yoga nos conduz ao entendimento vinculado aos termos "atrelar, ligar, unir". No sentido técnico, Georg Feuerstein, importante pesquisador alemão que se dedicou ao estudo desta disciplina, nos coloca que o termo refere-se ao conjunto enorme dos valores, atitudes, preceitos e técnicas espirituais que se desenvolveram na Índia no decurso de pelo menos cinco milênios.
Em termos filosóficos, a meta do Yoga é atingir um estágio de Consciência chamado Nirbíja samadhi, no qual o praticante consegue desenvolver a máxima lucidez e por meio dela, alcançar a almejada libertação.
Mas, libertar-se do que? Do sofrimento existencial!
Nesse estágio, o yogi está em contato com a Verdadeira Realidade e livre do sofrimento gerado pelas ilusões, pois passa a compreender que tanto as alegrias quanto as tristeza nada são além de ilusões!
Para se chegar à iluminação, o yogi deve adotar as atitudes que se relacionam com os 7 passos que antecedem o Samadhi, dentre eles, os já estudados yamas e nyamas, e os ásanas, tema que iremos abordar a seguir.
Ásanas: o que são e a razão para praticá-los
O Yoga Sutra de Patanjali define os ásanas como Sthiram Sukham Aasanam, ou seja, uma posição corporal firme, confortável e estável. Os ásanas são, assim, os exercícios praticados para desenvolver as habilidades físicas do praticante. Constituem a parte mais "visível" da prática da filosofia do Yoga.
Para o Rája Yoga, linha que tem como objetivo principal o desenvolvimento espiritual, o ásana é considerada a posição sentada, estável e confortável, propícia às práticas meditativas.
Entretanto, os praticantes de outra linha, o Hatha Yoga - que tem maior ênfase no esforço corporal - concluíram que algumas posturas específicas produzem efeitos benéficos ao corpo e à psique. Por meio dos ásanas, dá-se o desbloqueio das energias estagnadas no organismo e com a constância de suas execuções, se conduzirá o praticante ao controle da mente pela via corporal.
Alguns textos do yoga apontam para a existência de um número muito elevado de posturas corporais das quais 84 seriam as mais relevantes. Muitas recebem os nomes das espécies animais porque acredita-se na observação do modo de vida, na expressão e na harmonia entre eles e o meio em que vivem. Entende-se que a repetição de movimentos específicos dos animais ajuda no desenvolvimento de habilidades semelhantes às deles.
Nesta filosofia compreende-se a necessidade de praticar as posturas para harmonizar a conexão existente entre corpo e mente, liberando-os dos bloqueios e tensões. O corpo tenso, altera o funcionamento dos órgãos, contraindo-os e isto, facilmente se transforma em doença. A prática constante leva ao desbloqueio e eliminação da energia estagnada e assim, promove vitalidade, equilíbrio, ânimo, força, vontade! A prática dos ásanas, juntamente com outros instrumentos do Yoga, nos ajuda no autocontrole, nos faz senhores do nosso corpo e da nossa mente, independente das águas turbulentas que possam nos rondar. O maior objetivo dos ásanas, ao considerarmos então, juntamente com outras técnicas, o Yoga visa preparar o corpo para que este suporte horas na postura ideal de meditação, até que se atinja um estado mental de serenidade e harmonia, abrindo caminho ao Samadhi.
Embora os Ásanas tenham tido grande destaque no ocidente e configuram a representação mais difundida do Yoga, veremos que as posturas são apenas um dos oito passos da prática apregoada por Patanjali.
“Mens sana in corpore sano” (Mente sã em corpo são) provérbio latino atribuído ao poeta romano Juvenal.
Praticante na postura Vrksasana:
foco e equilíbrio independente das
distrações e turbulências ao redor Cachoeira de Emas, Pirassununga, SP.
Acervo da autora
Om Shanti.
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